A façanha de Amyr Klink e os Radioamadores


Em 18 de setembro de 1984, um brasileiro de 29 anos, chamado Amyr Klink chegou a Salvador (BA) com seu barco a remo. E isso, a princípio, nada teria de especial, pois muitos brasileiros chegam a Salvador, vindos de várias distâncias.

Acontece, porém, que Amyr estava chegando do sul da Africa, depois de remar durante 100 dias! Foi a primeira pessoa a atravessar o Atlântico Sul em um barco a remo. Com essa façanha em contato com a natureza, Amyr ficou famoso no mundo inteiro e escreveu um livro cujo título é exatamente “Cem dias entre Céu e Mar”.

Nesse livro Amyr narra toda a sua aventura, desde que partiu sozinho da pequena cidade de Luderitz, na Namíbia, a bordo do “Paraty”, que fora construído em Nova Iguaçu (RJ), e dispunha de rádio e um sistema especial de alimentação desidratada.

Amyr começou sua viagem em Luderitz, porque por ali passa a corrente marítima de Benguela, que o ajudou a navegar até a Bahia. Durante cem dias e cem noites, Amyr teve por companheiros o céu e o mar. Mas não se sentiu só, pois foi orientado por Radioamadores de muitos países.

Sobre amigos radioamadores Amyr está sempre falando, como numa entrevista em que comentou: “Dona América é um exemplo que o radioamadorismo funciona. Ela não é navegadora oceânica mas ajuda muita gente. Ela auxilia plataformas petrolíferas, vai atrás de remédios para navegadores, ela tem muita disposição e um espírito fantástico. Eu gosto muito da internet pra trabalhar, mas para conversar não tem nada melhor que o radioamador“.

Adaptado de “Biblioteca do Escoteiro Mirim”, Ed. Nova Cultural, 1985.

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