Por Ivan Dorneles Rodrigues – PY3IDR
Em 1923 os radioamadores brasileiros passam a usar o Indicativo de Chamada com o prefixo B, inicial do nome do País. O memorável QSO ocorrido em 17 de junho de 1924, entre Carlos Gooda Lacombe – B1AC e o Lívio Gomes Moreira – B2AG, considerado pioneiro radioamador brasileiro, usavam o Indicativo de Chamada com o prefixo B. Nesta época o Estado do Paraná pertencia a 2ª Região.
Em 1925, de acordo com o Decreto 16.657, de 5 de novembro do ano anterior, e a pedido dos interessados, realiza-se o primeiro exame de radioamadores. O exame é realizado em setembro; a partir daí, o Indicativo de Chamada, no Brasil, passa a ser com o prefixo Bz, oriundo da então grafia de Brazil. Os indicativos passam a ser outorgados pela RGT – Repartição Geral de Telegraphos. Nesse ano, era a seguinte a estatística de radioamadores brasileiros: Distrito Federal (cidade do Rio de Janeiro) – 25; São Paulo – 10; Rio Grande do Sul – 3; Estado do Rio de Janeiro – 2; e Paraná – 1, no total de 41 radioamadores. A partir do evento do Decreto 16.657, de 05 de novembro de 1924, o Radioamadorismo no Brasil deixa de ser uma atividade ilícita.
A 6 de março de 1926, com a presença de mais de cinquenta amadores de transmissão em onda curta de vários estados brasileiros, destacando-se entre eles os Drs. Alberto Couto Fernandes e João Valle, respectivamente sub-diretor técnico e engenheiro da Repartição Geral dos Telegraphos, realizou-se, na sede da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a primeira convenção de radio transmissão que resultou na fundação da Associação Brasileira de Radio Amadores – ABRA, primeira entidade que congregou os radioamadores brasileiros.
A ABRA, por breve período, publica uma revista denominada BZ. Nesta revista é publicada a primeira lista de radioamadores, QRA/QTH.
O Rio Grande do Sul esteve presente nesta convenção com o amador Tyrteu Rocha Vianna (3QA), de São Francisco de Assis-RS.
Em 1927, por convenção internacional, às 00h00min GMT do dia 1º de fevereiro, o Brasil adota o Indicativo de Chamada com o prefixo Sb.
Em junho de 1927, Vasco de Abreu – Sb-1AW, publicou uma lista de radioamadores brasileiros, QRA/QTH, onde figuram nesta lista 53 radioamadores do Distrito Federal (Rio de Janeiro); 24 de São Paulo; 5 de Pernambuco; 4 do Estado do Rio; 2 do Maranhão; 2 do Paraná; 2 do Rio Grande do Sul; 1 do Espírito Santo; e 1 do Pará.
Em novembro de 1928, nos Estados Unidos, realiza-se a “Amateur and International Radiotelegraph Conference”. Nessa conferência é deliberado: 1) o reconhecimento do Radioamadorismo; 2) as faixas serão de 160, 80, 40, 20, 10 e 5 metros; 3) os amadores de todos os países operarão naquelas faixas; 4) as faixas serão amplas (500 Hz); 5) cada nação decidirá sobre a potência máxima permitida; 6) todas as nações terão direito de permitirem ou não o funcionamento de estações amadoras; 7) os comunicados internacionais são proibidos, salvo se houver expresso acordo entre as nações interessadas; 8) distribuição de novos prefixos a todos os países; 9) Essas decisões entrarão em vigor a 1º de janeiro do ano entrante.
Portanto, em 1929, a 1º de janeiro, o Brasil começa a usar o prefixo PY para as estações de radioamadores.
A Associação Brasileira de Rádio Amadores – ABRA, a 13 de fevereiro de 1933, se fundiu em Rede Brasileira de Radioamadores – RBR.
Atualmente a entidade representativa dos radioamadores brasileiros é a LABRE, fundada a 2 de fevereiro de 1934, que é o resultado da fusão da Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão – LABRE, que existia e funcionava em São Paulo, fundada a 12 de fevereiro de 1931, com a Rede Brasileira de Radioamadores – RBR, que existia e funcionava no Rio de Janeiro, desde 13 de fevereiro de 1933, prevalecendo para a nova associação o nome da entidade paulista.