Radioamadores e NASA lançam rádios-smartphones no espaço a um custo bem menor, em alternativa aos satélites tradicionais.
Desde que o início do voo de demonstração, Alexander, Graham e Bell transmitiram sinais a partir da banda de Radioamador em 437,425 MHz.
No último fim de semana, a NASA lançou com sucesso no espaço três satélites que consistiam substancialmente em smartphones a bordo de um foguete. Os nanosatélites, chamados de PhoneSats, estão transmitindo sinais à estações em solo terrestre e vão ficar em órbita por mais duas semanas.
O foguete Antares foi lançado da base Wallops Island Flight Facility da NASA em Virgínia (EUA) contendo dois satélites PhoneSat 1.0, apelidados de Graham e Bell, e o novo protótipo do PhoneSat 2.0, chamado de Alexander. O que faz os satélites serem únicos é o uso de componentes comerciais customizados de smartphones. O PhoneSat 1.0 foi construído utilizando o HTC Nexus One, enquanto o PhoneSat 2.0 – que contém software mais avançado e mais sensores – é alimentado pelo Nexus S da Samsung.
Os smartphones possuem mais de 100 vezes o poder computacional do que os satélites, incluindo processadores rápidos, sensores múltiplos, câmeras de alta resolução, receptores de GPS e rádios. Essa é a principal razão pela qual eles foram escolhidos como microprocessadores para os PhoneSats, explica a Nasa. No entanto, alguns componentes que não integram os smartphones tiveram que ser acrescentados, incluindo uma bateria externa de lítio-íon maior e outra de rádio mais potente para enviar mensagens a partir do espaço.
Cada satélite em miniatura, medindo apenas quatro centímetros de cada lado e pesando menos de quatro quilos, custa US$ 3.500 para ser construído. A Nasa disse que seu objetivo com os PhoneSats é enviar satélites mais baratos e mais fáceis de construir para o espaço. Estima-se que o custo do lançamento feito no domingo é próximo a U$50.000. Como comparação, o custo típico de um satélite gira em torno de U$500 milhões.
“Os smartphones oferecem uma riqueza de recursos potenciais por serem pequenos, de baixo custo e por serem poderosos satélites para as ciências, comunicações ou outras aplicações espaciais”, afirma Michael Gazarik, administrador associado da NASA para a tecnologia espacial, em uma declaração escrita. “Eles também podem abrir espaço para toda uma nova geração de usuários comerciais, acadêmicos e cidadãos do espaço.”
Desde que o início do voo de demonstração, Alexander, Graham e Bell transmitiram sinais a partir da banda de Radioamador em 437,425 MHz. A NASA criou o Phonesat.org, um site onde qualquer pessoa no mundo pode fazer o upload de “pacotes” de dados que recebem dos PhoneSats. O site já recolheu mais de 200 pacotes de operadores de Radioamador que foram rastreados dos satélites.
A NASA tem trabalhado neste projeto desde 2010, buscando maneiras diferentes de usar smartphones para tornar os satélites mais inteligentes. O projeto faz parte Small Spacecraft Technology Program. Os PhoneSats foram criados por uma pequena equipe de engenheiros do Centro de Pesquisa Ames da NASA no Vale do Silício, na Califórnia.
O foguete Antares, que o parceiro comercial Orbital Sciences da Nasa está testando em órbita com as PhoneSats, será eventualmente usado para transportar experimentos e suprimentos para a Estação Espacial Internacional.
Conforme:
http://itweb.com.br/107126/nasa-usa-smartphones-como-satelite/